Autorretrato fragmentado. Vinte mil cartas, em 25 volumes, tipografia miúda, impressos entre 1964 e 1991 pela Garnier parisiense. Essa massa compacta de mensagens da autora francesa George Sand (1804-1876), reunidas, transcritas e anotadas por Georges Lubin, resultou na construção de complexo retrato de uma personalidade excepcional, cujos romances, exceto, talvez, Lélia (1833) e A pequena Fadette (1849), foram, pouco a pouco, caindo no esquecimento. Se a autobiografia da escritora, História de minha vida (1854-1855), tende a compor um perfil estrategicamente coeso, moldado para a posteridade, a correspondência exprime a incontestável clivagem do ser. Em suas cartas, segundo Lubin, “temos a...