Existiu um oceano que, de súbito, para se conhecer em profundidade, pôs-se a recolher inteiramente a sua imensidão. Começou aproximando, com suavidade, as suas águas, pois elas, até então, como os vazios de uma rede, viviam em folga, espraiando-se pelas distâncias. Depois, uniu-as ao máximo, umas com as outras, enfiando todas suas ondas dentro delas mesmas, para que o azul acolhesse todo o azul, liquidamente. Em seguida, passou a apertá-las, apertá-las até o limite extremo, obrigando-as a se amoldarem em espaços mínimos, sem deixar, contudo, de serem o que eram – águas oceânicas. Esse processo de inversão continuou, até que...