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Monólogo em território selvagem

Foto: Evgeni Tcherkassk



2020-04-15

Anotações escritas em 2018, que retomei em 2019 para uma composição que queria levar adiante ao longo de 2020. Esse confinamento está puxando com força essa raíz fragmentária do silêncio e do ser.

A ideia é compor esse monólogo em fragmentos que alternam o português e o francês, a língua original dessas reflexões.

 

1.

é disso que se trata agora
sem dúvida
: sobreviver em território selvagem

que rói as orlas do que pulsa e faz com que o corpo seja
apenas umidade,

seja furor
cólera

insurreição na língua
seja um corpo-floresta

com as veias expostas, galhos e folhas sensíveis

é disso sim que se trata, inventar uma fé nas corolas, coroas de um reino novo
na linguagem está o ninho,
pura espera de vozes e ferpas levadas pelo vento, pelo aviso dos pássaros, pela sede anterior à água da mina

ser floresta corporal, apesar da onipresença do asfalto.

 

2.

enquanto olho para a mata viva diante de mim, uma parede de...

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Prisca Agustoni

Nasceu e cresceu na Suíça. Atualmente vive no Brasil, em Juiz de fora (MG). É professora de literatura italiana e comparada na Universidade Federal de Juiz de Fora. Poeta, narradora, tradutora, autora de literatura infantojuvenil, escreve e se autotraduz em italiano, francês, português e espanhol. Publicou livros na Suíça, em Portugal, na Itália e no Brasil.

 




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