A verdade da memória é singular, não? Contar o passado significa remontar longe nos anos, atravessar fronteiras, deixar-se guiar pelo fluxo das imagens, das associações livres, dos vazios e reentrâncias esculpidas pelo tempo. A memória seleciona, exagera, glorifica, minimiza. Ela modela sua própria versão dos fatos, liberando sua realidade. Heterogênea, mas coerente. Imperfeita, mas sincera. As femininas, porém, mais raras do que as masculinas. Verdadeira fábrica de intimidades, escritoras anônimas ou importantes deixaram ali seus pensamentos secretos, seus sentimentos, seus medos e alegrias, numa espécie de lado B da grande História. Carolina Nabuco, Laura Rodrigo Octávio, Zélia Gattai são alguns dos...