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Por uma humanidade de Frankensteins

FotoCharles Stanton Ogle como Frankstein na primeira adaptação para o cinema, em 1910



2020-03-17

A criatura, largada no mundo sem instrução nem afeto é obrigada a aprender a falar e escrever sozinha, observando escondida uma família de camponeses. Passa frio, fome e incontáveis angústias e provações até ter coragem de sair do seu esconderijo e pedir a amizade dessa família. É recebido a paus, pedras e olhares de horror. No dia seguinte, com a fuga dos camponeses, que deixam amedrontados a casa, sente pela segunda vez o abandono. A partir desse dia, descrente da humanidade, torna-se aí sim um monstro de carteirinha, daqueles que matam crianças porque estão de mau humor.

 

Não sei vocês, mas quando penso no Frankenstein, o que me vem sempre na cabeça é aquele monstro fofo da Turma do Penadinho, aquele ser grande e desengonçado com cara de bobo e uma cicatriz na testa. O cinema bem que tentou, mas também não conseguiu fazer dele algo diferente de uma caricatura que menos amedronta do que entretém.

Já o Frankenstein que acabei de ver de perto, lendo o romance de Mary Shelley, ainda não sabe o que é a Disney e aprendeu, com toda razão, a detestar a humanidade. Aliás ele nem nome tem; Frankenstein é o sobrenome do...

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Carla Mühlhaus

Jornalista e escritora nascida no Rio de Janeiro. Já foi ghostwriter, mas nunca gostou do termo. Fantasmas não existem e costumam ser invisíveis. Hoje é escritora viva, autora de Nos vemos em Marduk (Patuá) e À sua espera (Dublinense), entre outros. Reside atualmente em Portugal. 




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