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Vidas desaparecidas

Imagem: cena do filme A Vida Invisível. Divulgação



2020-02-21

A vida de todas as mulheres do filme é feita de sangue, gravidezes indesejadas, doença e sofrimento, e há quem diga que isso é enxergar a vida delas de verdade. Minhas minhocas aqui concordam, até, mas revolvem a terra de todas essas mulheres já mortas e caladas e lembram: teve muito mais, só que ninguém viu. Teve empreendedorismo, produção artística, pensamento crítico, sátira da elite carioca e o mais fino da bossa do humor. Teve até vida, vejam só, mas nem mesmo o nome de Eurídice permaneceu no título do filme. Estava mais para uma inscrição de gaveta funerária.

 

Triste de um livro feminista adaptado para o cinema por um produtor, um roteirista e um diretor. Se um homem só já é mais do que suficiente para engolir uma mulher, imaginem três. Sim, fui ver A vida invisível, de Karim Ainouz, que concorreu ao Oscar e foi premiado em Cannes. O problema é que também li A vida invisível de Eurídice Gusmão, romance no qual o filme se baseou, e não pude deixar de compará-los.

Conheci a autora do livro, Martha, quando ainda era uma escritora freelancer e topava encomenda até de manual para pais separados. Se bem me lembro, o...

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Carla Mühlhaus

Jornalista e escritora nascida no Rio de Janeiro. Já foi ghostwriter, mas nunca gostou do termo. Fantasmas não existem e costumam ser invisíveis. Hoje é escritora viva, autora de Nos vemos em Marduk (Patuá) e À sua espera (Dublinense), entre outros. Reside atualmente em Portugal. 




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