Ensinaram-me que devemos passar aos outros as nossas histórias: se as memórias desaparecem, deixamos de saber quem somos; se fica presa numa só cabeça, arriscamos a envenená-la.
Desígnio humano e animal. As aves procuram calor noutras paragens, suas asas sabem de cor o destino. Se elas voam para sul, eu rumei para norte, com a mesma urgência e determinação das aves.
Era ainda menino quando comecei a sonhar com uma viagem transformadora. A aventura funcionava como palavra-promessa. Pela aventura abandonaria a escola. Pela aventura, a nossa família iria ser feliz.
Dizia-lhes: — Parto na próxima aventura.
Eles disfarçavam a apreensão e acreditavam em milagres. Por exemplo, na abstração do dinheiro.
Considerava-me...