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O relampejar de certo Sertão



2019-07-29

Macambira, tabuleiros e lajedos. Os lajedos ao sol como lagartos e o sol, ele mesmo, latejante, trincando as rochas e desacelerando o tempo, num sopro ardente. Pedras, chapadas, sumidouros. Eu não podia ter o Sertão mas tinha suas palavras e isso tudo se convertia numa imagem dessa estrada e desses riachos como fios d’água emboscados.

 

Certa vez estávamos sentados num fim de tarde em frente ao pequeno prédio em que morávamos, lá no Recife. Os vizinhos, meus pais, algumas crianças a vadear pela rua de terra, com bicicletas e bolas. Olhando lá pro fim da nossa rua podíamos ver o pôr do sol, na linha das árvores e algumas casas escurecidas na contraluz. Havia também um canal, resquício do mangue que outrora cobrira tudo ali. Dali podíamos ouvir o ruído dos aviões no aeroporto, margeado pelas colinas dos Guararapes. Vi ao longe, num céu de nuvens que escondiam o sol, que rapidamente baixava no sumidouro...

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Toinho Castro

Potiguar de Pernambuco e radicado Carioca! Assim define-se Toinho Castro, que nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, cresceu no Recife e migrou para o Rio de Janeiro aos 30 anos. Tudo em meio à uma família de poetas, músicos artistas. Além da poesia, trabalha com design gráfico, fotografia, vídeo e outras mídias; faz filmes (Viagem a Marte, Avenida um, Vai, foguete, entre outros) e publica versos por aí. Organizou e participou da coletânea de poemas Lendário Livro, com Aderaldo Luciano, Braulio Tavares, Nonato Gurgel, Numa Ciro e Otto. Seu trabalho enquanto poeta está ligado à construção da memória como espaço de compartilhamento, em que a poesia media uma troca vivências, percepções e expectativas. 




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