Imagem 1562155557.jpg

“Pela orla dos velhos tempos”

Foto da Avenida Dantas, Barreto - Recife. Google street



2019-07-03

Outra coisa que nos mantinha alertas era o cenário e as figuras que por ali circulavam. Gente sem rumo, bêbados, prostitutas pra lá e prá cá, policiais extrapolando sua autoridade e criaturas como eu e Roberval. Éramos nós mesmos fronteiriços. Habitávamos uma borda extensa entre a praia e o subúrbio, entre o asfalto e a favela. A minha Imbiribeira e aquela margem de linha de trem em que Roberval vivia, eram uma área cinzenta, hachurada, entre a pobreza e a riqueza. 

 

Certa vez eu e meu velho amigo Roberval voltávamos de algum bar onde confraternizamos com amigos perdidos como nós. Era fim de noite, começo tênue de madrugada e caminhávamos pela Dantas Barreto, aquela avenida feia e inútil, dizem, que ocupou o lugar de ruas, sobrados, igrejas e da vida das pessoas. Sem uma função clara na economia urbana da cidade, a não ser sustentar a vaidade dos seus executores, a Dantas Barreto acabou por ser transformada num enorme terminal para as linhas de ônibus que vinham da zona sul e Jaboatão dos Guararapes. Pontuada por botecos decadentes, baratos, os famosos...

Continuar lendo

AINDA NÃO TEM PLANO? SELECIONE:

MICROPAGAMENTO

R$ 6.80

ou

€ 1,10

APENAS ESTE ARTIGO

  1. Você pode acessar apenas o artigo que pretender ler. Faça um micropagamento para baixa-lo. É facil.

  2. A compra avulsa de um artigo não dá acesso ao conteúdo integral da revista.


MICROPAGAMENTO

R$ 6.80

ou

€ 1,10

APENAS ESTE ARTIGO

  1. Você pode acessar apenas o artigo que pretender ler. Faça um micropagamento para baixa-lo. É facil.

  2. A compra avulsa de um artigo não dá acesso ao conteúdo integral da revista.


  1. As assinaturas e os micropagamentos são necessários para manter a Revista Pessoa

  2. Precisa de ajuda ou mais informação?
  3. Entre em contato:
  4. revistapessoa@revistapessoa.com


Toinho Castro

Potiguar de Pernambuco e radicado Carioca! Assim define-se Toinho Castro, que nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, cresceu no Recife e migrou para o Rio de Janeiro aos 30 anos. Tudo em meio à uma família de poetas, músicos artistas. Além da poesia, trabalha com design gráfico, fotografia, vídeo e outras mídias; faz filmes (Viagem a Marte, Avenida um, Vai, foguete, entre outros) e publica versos por aí. Organizou e participou da coletânea de poemas Lendário Livro, com Aderaldo Luciano, Braulio Tavares, Nonato Gurgel, Numa Ciro e Otto. Seu trabalho enquanto poeta está ligado à construção da memória como espaço de compartilhamento, em que a poesia media uma troca vivências, percepções e expectativas. 




Sugestão de Leitura


O menino das estrelas

  Sempre fui de olhar para o céu. E bem sei que usamos esse sempre indiscriminadamente, como se eternos fôssemos. Como se es ...

O relampejar de certo Sertão

  Certa vez estávamos sentados num fim de tarde em frente ao pequeno prédio em que morávamos, lá no Recife. O ...

A invasão

  Contatos imediatos, abduções e avistamentos de luzes no horizonte são temas recorrentes na nossa cultura. Encanto ...
Desenvolvido por:
© Copyright 2023 REVISTAPESSOA.COM