Palácios me narra a história de um homem que passou sua vida inteira poupando tempo. Acreditava, o tal sujeito, que estas horas tinham certa materialidade; que era possível estocá-las, dispor delas quando a necessidade se apresentasse. Como ele fez isto? Esquivado-se a toda e qualquer atividade, solitária ou comunal, o tanto quanto possível.
Era isto – ir ter com o Palácios lá ao fim do corredor – ou começar a escrever o grande romance americano. Sopeso. Verbo heroico, “sopesar”. Nas epopeias, nas tragédias, em todas estas literaturas mais austeras, as pessoas vivem sopesando a torto e a direito.
Em minha alma sopesei portanto estas duas possibilidades. Trato da louça, sopesando. Perecer em combate, morte gloriosa, cancionável, ou tornar ao torrão de nascença, onde me aguarda vida longa e pacífica. Vida que não conversa com hino.
Palmas abertas. Braços maximamente estendidos. Passam pelos braços, neste momento, uns nomes a um só...