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Língua matada, língua vivida

Foto: recorte da capa de



2019-01-14

Por muito tempo, Molloy escreveu apenas crítica literária. Não se permitia a ficção. Até que se arriscou, primeiro em espanhol, língua de sua terra natal. Enquanto isso, o inglês restou como língua prática, a língua cotidiana de seu exílio – ela mora há mais de quarenta anos nos EUA, onde deu aulas em Yale e Princenton. Atualmente é professora emérita na Universidade de Nova York). Se, por um lado, o inglês é língua de exílio, é, em tudo o que a cerca, dá chão e céu, a língua do retorno ao lar primordial, onde, paradoxalmente, o contato com o que é outro é seu por herança, formador de si em tradução contínua. Para essa argentina descente de ingleses pelo lado paterno, o inglês é também língua da lembrança de seu pai: “Traduzi-me”, says.

 

Em todo domínio que o escritor tem da própria língua habita a desconfiança desse mesmo domínio. Na fronteira do que é geminado está o encontro entre o familiar e o estranho, o estranho familiar; aquilo que nos traduz como se fosse nós mesmos a nos escrever numa língua na qual somos balbuciantes, ainda que a compreendamos no que nos escapa. O que dizer então das certezas sobre o quê e como dizer de quem o faz a partir da referência de diferentes línguas? Sylvia Molloy conta em seu Viver entre línguas, lançado no Brasil pela Relicário, que sempre escreveu fora:...

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Luciana Araujo Marques

É mestre em Teoria Literária (USP) e doutoranda em Teoria e História Literária (Unicamp). É jornalista e atua no mercado editorial. Está entre os autores selecionados pelo programa Rumos Literatura, do Itaú Cultural, que teve como objetivo apresentar novos nomes da produção crítica brasileira com foco na produção literária contemporânea do Brasil, tendo como resultado a publicação do livro de ensaios "Protocolos Críticos" (2009).




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