Pelas ruas de Paraty, após a última FLIP, o autor diz que escritores são os outros, e sai em entrevistas a perguntar: “- Afinal, o senhor ou a senhora faz outra coisa ou vive apenas da bebida?” Conheço este rapaz faz bem uns 30 anos, 32, 33, por aí, e asseguro que se não vive da água que bebe, ele bebe dessa água em que vive. Sei que há muita gente como ele, fazendo de pena e tecla, vazio e pulsos cortados, a própria síntese da vida. Isso de pulsos cortados são palavras de Fernando Sabino, que Brandão relembra. Não cortamos os pulsos em sentido literal, nem estaríamos Alexandre Brandão de um lado, eu de outro, a escrever, se o fizéssemos. Mas tiramos sangue de um lugar pra botar noutro, todo dia, de uma série de formas. Alexandre bota sangue no blog “No osso”, botou sangue em nove livros até agora, três com o grupo Estilingues, seis em deriva solitária...