Em 26 de maio de 1889, a Gazeta de Notícias, em reportagem intitulada “Almas do outro mundo”, noticiava que certo comendador Cunha (morador da rua Barão de Mesquita n° 4) havia procurado a polícia afirmando que era vítima de... almas penadas. Tudo começou, dizia o comendador, quando sua esposa ouviu um misterioso barulho no forro da casa
O francês Emílio Rouède era visto por seus contemporâneos como um tipo quase picaresco. E não era para menos. Rouède perambulou pelo Rio, Minas e São Paulo tentando um pouco de tudo: foi pintor, fotógrafo, músico, prestidigitador, autor teatral, jornalista, professor e, na opinião de Gonzaga Duque, “inimitável jogador de bilboquê”.
Rouède desembarcou no Brasil, após anos na Espanha, por volta de 1880, munido apenas de seus apetrechos de pintura. Ganhou certa notoriedade apresentando-se em quermesses e festas de caridade pintando, para o espanto da platéia, telas inteiras em poucos minutos. Participou das famigeradas rodas boêmias ouvidorianas do fim do século...