Ah, o Acordo Ortográfico. Escrevi assim com maiúsculas porque penso nele como uma entidade mesmo, o nome próprio de um combinado que ninguém combinou direito. Um acordo nascido desfeito que atingiu muito pouco as pessoas reais, de carne e osso, que efetivamente usam uma língua. Ou estarei errada? Já acho que estou.
Em uma sala de aula do Sudeste do Brasil, um aluno do ensino superior, anos atrás, dirigiu-se a mim, a professora de Português, em um tom quase desesperado. Com os olhos arregalados (adoro esta palavra!), fez a seguinte pergunta, na expectativa ingênua de que eu pudesse resolver sua questão de forma definitiva:
- Professora, e agora? O que eu faço com o hífen? Este novo Acordo me confundiu. Como vou saber as palavras que têm e que não tem hífen?
Era quase uma consulta médica. Ou uma aula de morfologia lá do século passado. Ou uma dúvida que ameaçava o futuro da humanidade. Mas logo me ocorreu perguntar:
- Você sabia usar o...