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Setenta anos



2016-06-10

Poema de Manuel Alberto Valente. Curadoria de Heloisa Jahn

Setenta anos                  

 

Mãe, onde estás, que tenho medo

do quarto escuro e dos ciganos.

Eu sei que é o dia dos meus anos

mas tenho medo, tenho muito medo.

 

As mãos têm frieiras. Na quelha

a chuva é um rio. O vento assobia

nas janelas do sótão onde dormia

em casa dos avós uma criada velha.

 

É tarde e o pai ainda não veio.

Ladram os cães, e lá no meio

da noite sou eu que morro devagar.

 

Mãe, onde estás, que tenho medo

que a morte acorde manhã cedo

e seja eu que esteja a despertar.

 

 

Nasci numa casa rodeada

de comboios. Eu não sabia

que a...

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Manuel Alberto Valente

Manuel Alberto Valente nasceu em Vila Nova de Gaia (Portugal), em Novembro de 1945. Licenciado em Direito, cedo se dedicou à atividade editorial, que ainda hoje exerce. A sua obra poética foi recentemente compilada em Poesia Reunida – O pouco que sobrou de quase nada (Quetzal, 2015). Foi nomeado pelo Governo francês Cavaleiro das Artes e das Letras.





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